Plano que será desenvolvido pela Epamig tem consultoria internacional e recursos da Fapemig e da Cemig
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O primeiro grande projeto de energia agrovoltaica do Brasil será instalado em campos experimentais da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Nesta sexta-feira (18/8), pesquisadores do Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems, com sede na Alemanha, estiveram na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para apresentação de experiências em outros países e adaptação dos modelos no território mineiro.
A proposta une agricultura e geração de energia solar em um só espaço, ampliando o valor de uso do solo. Segundo o secretário adjunto de Agricultura, João Ricardo Albanez, as ações são relevantes em um cenário de expansão da geração de energia solar no semiárido mineiro. “Essa é uma inovação em termos de desenvolvimento tecnológico no estado. A Epamig e o Instituto Fraunhofer estão modelando a tecnologia, nas fazendas experimentais da empresa, para que em breve os produtores rurais possam adotá-la para gerar energia e continuar a produção agropecuária simultaneamente”, analisa.
Os consultores parceiros atuam no centro internacional afiliado da instituição alemã em Santiago, no Chile, e vieram a Minas para conhecer as áreas e as condições nas quais serão instalados os experimentos, além de oferecerem treinamento às equipes das unidades-piloto, localizadas nos municípios de Jaíba e Prudente de Morais, nas regiões Norte e Central do estado, respectivamente.
Os locais são estratégicos para o início dos estudos, conforme a diretora-presidente da Epamig, Nilda Soares. “É muito importante começarmos o projeto nessas regiões, onde temos maior incidência de luz solar e, a partir de lá, disseminá-lo no estado. A gente realmente espera que a iniciativa seja referência para Minas Gerais e reforce o pioneirismo estadual na produção de energia fotovoltaica com produção de alimentos”, explica.
Consultoria
Dois projetos complementares estão sendo executados pela empresa de pesquisa, um aprovado em edital de chamada pública da Cemig para incentivo à Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI).
No total, a companhia energética investirá R$ 9,5 milhões, que serão executados ao longo de 30 meses. O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD) também é parceiro dessas ações.
O segundo é desenvolvido com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) e será realizado em 48 meses, dos quais oito já correram. Este projeto conta com a consultoria dos pesquisadores do Fraunhofer Institute, embora os agentes de ambos os projetos tenham participado das capacitações oferecidas pelos consultores, realizadas durante as três últimas semanas na Unidade Regional Epamig Norte, com sede em Nova Porteirinha.
“Os próximos passos são elaborar o desenho das unidades-piloto e acompanhar a Epamig na implementação delas. No Brasil, existem alguns projetos de AgroPV (sigla para agro photovoltaics, em inglês), mas em escala muito pequena e com pouca investigação científica. Este é o primeiro grande projeto na área, com pesquisa sobre o impacto da tecnologia na agricultura”, esclarece o engenheiro pesquisador do Instituto Fraunhofer, especialista em sistemas agrovoltaicos sustentáveis, David Jung.
Disseminação
O objetivo é criar alternativas para a produção de energia fotovoltaica e de alimentos em um mesmo local. Serão testadas diferentes culturas – a começar por morango, abacaxi, melão e feijão – para se chegar às tecnologias adaptadas às diversas condições de clima e solos que, posteriormente, serão compartilhadas com agricultores das várias microrregiões de Minas Gerais, contribuindo para a geração de renda adicional aos produtores rurais.
Para o presidente da Fapemig, Paulo Beirão, o projeto está de acordo com as metas da fundação. “Existe um empenho significativo para que os conhecimentos gerados nas nossas instituições de pesquisa tenham vazão e sejam transferidos para o setor que irá se apropriar dele em benefício do povo mineiro. Acreditamos que, nesse projeto, há um campo extraordinário de progresso em favor do estado e das pessoas”, avalia.
Já o diretor de Estratégia, Meio Ambiente e Inovação da Cemig, Maurício Dall’Agnese, ressalta os ganhos socioeconômicos com a implementação da tecnologia. “O projeto permite à nossa companhia exercer sua missão empresarial, que é promover energia limpa e renovável, e também sua missão social de apoiar o desenvolvimento do estado e, neste caso, do Norte de Minas em especial”, conclui.
Também estiveram presentes na reunião desta sexta-feira autoridades e representantes da Emater-MG, do Sebrae Minas, do Sistema Ocemg, do Sistema Faemg, do Senar, da Fundação CefetMinas, entre outras instituições parceiras.
Crédito das imagens: Epamig / Divulgação
#VAR com informações da Agência Minas