Processo de municipalização de escola em Itabira motiva audiência na Assembleia
Para debater o processo de municipalização da Escola Estadual Major Lage, em Itabira, a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai realizar uma audiência pública nesta quarta-feira (4/10/23).
A reunião foi solicitada pela deputada Ana Paula Siqueira (Rede). Segundo o gabinete da parlamentar, a reunião atende à demanda da comunidade escolar. Conforme sua assessoria, em 2021, a Prefeitura de Itabira decidiu não aderir ao projeto Mãos Dadas, proposto pelo Governo de Minas para municipalizar as séries iniciais do ensino fundamental I e II.
Apesar disso, como relatou, o processo estaria sendo conduzido de modo arbitrário pela Secretaria de Estado de Educação (SEE). Ainda de acordo com o gabinete da deputada, para forçar a municipalização, a SEE, através do Plano de Atendimento Escolar, limitou a quantidade de matrículas e promoveu a retirada de turmas da escola. De acordo com tal plano, para 2024, em Itabira, não está prevista a abertura de nenhuma turma de 1º ano na Escola Estadual Major Lage.
“A falta de diálogo e de transparência da SEE sobre o projeto Mãos Dadas é o que mais nos preocupa. São inúmeras as dúvidas sobre os impactos dessa iniciativa, como a redução da qualidade do ensino, a precarização do trabalho dos profissionais, o fechamento de escolas, o aumento da distância de deslocamento dos alunos e o repasse dos recursos”, destaca a deputada.
Para a reunião desta quarta (4) foram chamados o secretário de Estado de Educação, Igor Alvarenga, representantes do poder público municipal como o prefeito Marco Antônio Lage, a diretora da referida escola, Tatiana Amaro Silva, além de integrantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE).
Processo de municipalização
A municipalização de escolas estaduais pelo Governo de Minas tem sido tema de diversas audiências na Assembleia. A iniciativa consta no projeto Mãos Dadas, que integra o Projeto de Lei (PL) 2.657/21, do Executivo, que se encontra arquivado na ALMG.
Esse projeto prevê a municipalização dos anos iniciais do ensino fundamental das escolas estaduais. Segundo o governo, a proposta consiste no repasse de recursos técnicos, materiais e financeiros do Estado para aqueles municípios que assinarem o termo de adesão.
De modo geral, nessas reuniões sobre o assunto no Parlamento, professores e demais integrantes da comunidade escolar têm relatado que o processo tem sido implantado mesmo sem a aprovação do projeto pela ALMG.
Além disso, o processo estaria sendo conduzido sem transparência. Dessa forma, educadores não teriam informações sobre as mudanças previstas, inclusive, sobre as próprias situações funcionais, depois que as escolas estaduais passarem para a gestão das prefeituras.
Em algumas dessas reuniões, foi questionada ainda a capacidade das prefeituras para assumir essa nova responsabilidade.