Cid diz que Bolsonaro editou plano de golpe em 2022

BRASIL
(Imagem: STF)
O STF começou a interrogar ontem os réus acusados de articular o suposto golpe de Estado em 2022. O objetivo é ouvir os envolvidos para entender se houve um esquema de “virar a mesa” nas eleições para manter Bolsonaro no poder.
  • Entre os 8 réus, que inclui o próprio Bolsonaro, o primeiro a ser ouvido foi o tenente-coronel Mauro Cid— que colaborou com as investigações.
Em depoimento a Alexandre de Moraes, Cid afirmou que Bolsonaro leu e fez alterações na minuta do golpe, removendo trechos que determinavam a prisão de autoridades, mas mantendo Moraes como alvo.

Segundo ele, a minuta previa estado de sítio, suspensão de poderes e a convocação de novas eleiçõessupervisionadas por um conselho militar.

Cid também apontou Braga Netto como o elo entre Bolsonaro e os acampamentos em frente a quartéis, revelando que recebeu dele dinheiro vindo do agronegócio para financiar essas ações.
Questionado sobre áudios em que dizia ter sido coagido pela PF e criticava Moraes, Cid confirmou a autenticidade, mas classificou o conteúdo como “desabafo” em um momento de pressão.
Além do Ramagem, que também falou ontem, os outros depoimentos devem ocorrer ao longo desta semana.
As falas devem marcar o início de uma nova etapa nas investigações sobre uma tentativa de golpe — além de proporcionar um depoimento público inédito entre Moraes e Bolsonaro cara a cara.