Após 5 anos, ato em Brumadinho homenageia vítimas e critica acordo

Às 12h28 desta quinta-feira (25) completam-se cinco anos do rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, que causou a morte de 272 pessoas e espalhou resíduos de minério na bacia do Rio Paraopeba. Para lembrar a tragédia, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) prestará uma homenagem às vítimas na quinta-feira, em um ato realizado no mesmo horário em que tudo começou.

Vale diz que 68% dos R$ 37,7 bi previstos em acordo foram executados

De acordo com a Lei 23.590, de 2020, a data de 25 de janeiro foi transformada no “Dia de Luto em Memória das Vítimas do Rompimento da Barragem 1 da Mina Córrego do Feijão, ocorrido em 2019, em Brumadinho”. Esta lei prevê que as bandeiras das repartições públicas do Estado permanecerão hasteadas a meio mastro e será realizado um minuto de silêncio nos eventos oficiais.

O ato realizado no Parlamento Mineiro acontecerá no Largo das Bandeiras do Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. Todas as bandeiras serão hasteadas e, em seguida, arriadas as de Minas Gerais e de Belo Horizonte pela Polícia Legislativa. Também será depositada uma coroa de flores no Memorial em homenagem às vítimas no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira.

Inaugurado em 23 de janeiro de 2020, como forma de honrar os mortos pelo rompimento da barragem, o Memorial traz os nomes das vítimas e um trecho do poema “Lira Itabirana”, de Carlos Drummond de Andrade: “Quantas toneladas exportamos de ferro? Quantas lágrimas disfarçamos sem berro?”.

Durante o mês de janeiro, a Associação dos familiares de vítimas e atingidos da tragédia do rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão Brumadinho/MG (Avabrum) promoverá uma série de eventos, entre os quais carreata, passeio ciclístico, seminário e o Ato 5 Anos Sem Justiça no Letreiro de Brumadinho.

Atuação da Assembleia

A Assembleia de Minas atuou na apuração das causas do rompimento da barragem, na elaboração de leis mais rigorosas para licenciamentos de empreendimentos minerários em Minas Gerais e na busca de medidas de assistência e apoio às vítimas.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Barragem de Brumadinho reuniu 149 depoimentos, realizou 32 reuniões e duas visitas e aprovou centenas de requerimentos a autoridades e órgãos públicos. Em seu relatório final, pediu o indiciamento da Vale e de 13 pessoas pelo colapso da barragem da Mina Córrego do Feijão e fez uma série de recomendações aos órgãos públicos.