**Falta d’Água em Itabira; a culpa é deles: SAAE, Prefeitura e Vale**
Criado em 1955, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Itabira tem a nobre missão de gerenciar os sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto, proporcionando vida e qualidade de vida à população. Infelizmente, a recente escassez de água em algumas regiões da cidade levanta questões sobre o planejamento e a eficiência do SAAE.
Em uma entrevista ao programa “Pontal Comunidade,” a diretora-presidente do SAAE, Karina Lobo, atribuiu a escassez ao aumento do consumo de água devido a condições climáticas adversas. Embora seja compreensível que o consumo aumente em períodos de calor intenso, questiona-se a capacidade de planejamento do SAAE em lidar com situações extremas.
O SAAE deveria ter dimensionado seu sistema de distribuição e reservação de água para suportar variações no consumo. Parece claro que a falta de planejamento e investimento, especialmente em adutoras e tubulações, contribui para a atual crise hídrica.
Além disso, o SAAE poderia adotar medidas imediatas para aliviar o sofrimento da população. A manipulação estratégica dos registros e do anel hidráulico permitiria distribuir de forma mais equitativa a escassez de água, evitando concentrar os impactos nas comunidades mais vulneráveis.
Há uma percepção de que o SAAE adota uma abordagem mais elitista do que popular na gestão da água. A falta de água afeta de maneira desproporcional os moradores de determinados bairros, enquanto outros, como Pará, Moinho Velho, Chacrinha, Centro e Penha, parecem imunes à escassez. Isso levanta questões sobre a justiça na distribuição dos recursos hídricos pela autarquia.
Adicionalmente, é vital destacar o papel da Vale e da Prefeitura nesse contexto. O termo de ajustamento de conduta (TAC) de 2020 estabeleceu que a Vale é responsável pela captação e transposição de água. O custo estimado das obras é significativo (cerca de 30 milhões de dólares), e é imperativo que a Vale cumpra suas obrigações para garantir o abastecimento adequado à população.
Ao Prefeito cabe cobrar o cumprimento do acordo e incentivar um ritmo mais acelerado nas obras, demonstrando comprometimento com o bem-estar da comunidade. Falhas nesse aspecto são inaceitáveis, e a população tem o direito de exigir ações mais efetivas por parte das autoridades.
Em resumo, a crise hídrica em Itabira é resultado de uma série de fatores, incluindo a falta de planejamento do SAAE, a distribuição desigual da escassez e a necessidade de a Vale e a Prefeitura assumirem suas responsabilidades. A população merece respostas concretas e soluções imediatas para garantir o acesso justo e constante à água, um direito humano fundamental.