Itabira comemora os 122 anos do seu poeta ilustre com abertura de exposição de longa duração na Casa de Drummond

Mostra, com detalhes sobre a vida e a obra do poeta itabirano, tem patrocínio do
Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura

Para comemorar os 122 anos do nascimento do maior poeta brasileiro do século XX,
Itabira, cidade natal de Carlos Drummond de Andrade, recebe a exposição “Menino
Antigo, Poeta Moderno”.

A mostra será inaugurada e aberta ao público em 31 de
outubro, às 19h, no casarão em que Drummond passou sua infância e começo da
juventude, em companhia de seus familiares.
O sobrado foi adquirido pela Prefeitura de Itabira em 2002 e disponibilizado à
comunidade totalmente restaurado em 2004, com o sugestivo nome de Casa de
Drummond, espaço com gestão da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.

Nesses 20 anos de funcionamento do espaço, foram exibidas no local mostras de
caráter temporário e “Menino Antigo, Poeta Moderno” será a primeira exposição de
grande porte que irá ocupar todos os seus ambientes, contando a história do menino
antigo que se tornou o maior poeta moderno brasileiro.Para tanto a mostra está dividida em 21 espaços sendo: 1. Entrada, 2. Sobrado, 3.
Itabira, 4. Minas, 5. Escada, 6. Menino antigo, 7. Mineração, 8. Falta que ama, 9.
Amigos, 10. A máquina do mundo, 11. Amor, 12. A mesa, 13. Ruína, 14. Família, 15.
José, 16. e 17. Exp. Temporária – Drummond Criança, 18. Esquecer para lembrar,
19. O maior trem do mundo, 20. Poeta moderno e 21. O tempo, o livro e a poesia.


A curadoria da exposição foi concebida pelo jornalista Angelo Oswaldo de Araújo
Santos e desenvolvida de forma coletiva por Andréa de Magalhães Matos, que
também atuou como coordenadora geral do projeto; Flávio Vignoli, responsável pelo
Design de Exposição e Gráfico; e Leonardo José Magalhães Gomes, que fez a pesquisa
literária, seleção e elaboração de textos.
Como não poderia ser diferente, o conteúdo textual da exposição é emocionante,
composto por muitas das melhores poesias de Drummond, principalmente dos livros
Boitempo I, II e III, que têm a família, o casarão e a cidade como inspiração principal.
Completam este conteúdo os trechos de sua deliciosa prosa e recortes de suas
magníficas cartas e entrevistas.
Os visitantes ainda poderão ter mais informações sobre o genial poeta por meio de
uma Pequena Cronologia Comentada, da listagem completa dos livros editados por
ele até o momento e conteúdo audiovisual exibido em dois locais dentro da exposição.
Iconografia
Para o conteúdo iconográfico foi contratado o artista plástico José Octavio Cavalcanti,
que produziu especialmente para a exposição vários desenhos originais em grafite.
O artista criou uma série de paisagens alusivas à Itabira do início do sec. XX, vários
desenhos do poeta em diversas fases de sua vida e de seus familiares, uma série de
retratos dos 12 principias amigos que marcaram a vida e a carreira de Drummond,
além de uma peça de 4,5m com o maior trem do mundo.
Foram adquiridas, também, obras de conterrâneos do poeta, como colagens de Neide
Barbosa, escultura e aquarelas de Genin Guerra e bordado do Grupo de Bordadeiras
Tecituras. Por fim, o artista Leandro Hisne produziu grafites com a árvore genealógica
e para o jardim interno do casarão, que foi integralmente recuperado.
A FCCDA disponibilizou para a exposição parte de seu acervo histórico composto por
mobiliário e objetos de Drummond doados pelos netos do poeta, aquarelas de Sandra
Bianchi, retrato do poeta feito por Inimá de Paula e reproduções da série “À Mesa”
de Yara Tupynambá.
A Diocese de Itabira / Paróquia de Nossa Senhora do Rosário, por intermédio do Pe.
Adriano, emprestou duas peças de seu acervo: São Lourenço, de Alfredo Duval, e
São Benedito, inspirado no santeiro, citado pelo poeta em “Confidência do Itabirano”.
Preciosidades
Algumas preciosidades do mercado editorial brasileiro também foram adquiridas e
serão dispostas pelos módulos expositivos, incluindo “Álbum Minas & Drummond”,
com poemas e sete gravuras assinados por Álvaro Apocalypse, Beatriz Coelho,
Haroldo Mattos, Jarbas Juarez, Júlio Espíndola, Wilde Lacerda e Yara Tupynambá (7º
Festival de Inverno da UFMG, 1973); “Álbum Amor, sinal estranho”, antologia poética
de Carlos Drummond de Andrade e oito litografias assinadas de Enrico Bianco (Lithos
Edições de Arte, 1984); “Álbum para Maria Julieta” (edição fac-similar); e “Cantar de
amigos” (Edições Alumbramento: Livroarte Editora, 1989).
A exposição terá dois ambientes sonoros, produzidos pelo pesquisador musical
Tomás Amaral, um com sons do cotidiano de uma cidade do interior mineiro e o outro
com uma trilha composta por músicas cujas letras são poemas de Drummond,
alusivas a sua poesia ou que eram apreciadas por ele.
Infância
Por fim, destaca-se o módulo Drummond Criança, idealizado por Solange Alvarenga,
servidora do Memorial CDA. Nele estão destacados poemas, objetos e fotos alusivos
à infância do poeta.
No local, será disponibilizado, ao público em geral, e às crianças e jovens em
particular, uma série de brinquedos antigos, como piões, estilingue, cavalinhos de
pau, carrinhos e trens antigos de madeira, perna de pau, bolas de gude, entre outros.
Espera-se que crianças e jovens possam brincar e se divertir com esta interatividade
analógica, incomum ao mundo atual.
Realização e Patrocínio
A exposição “Menino Antigo, Poeta Moderno” está sendo realizada dentro do projeto
“Exposição de Longa Duração na Casa de Drummond”, proposto e realizado pelo
Estúdio 43 – Artes & Projetos, aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, e
viabilizado graças ao patrocínio da Vale, empresa nascida na mesma cidade do poeta.
A Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, entidade vinculada à Prefeitura
de Itabira, o Instituto Cultural Vale, e o Estúdio 43 fazem o convite a todos os
apreciadores da obra do poeta Carlos Drummond de Andrade para que compareçam
à exposição, que ficará aberta de terça a sexta-feira, das 8h às 18h, e nos sábados
e domingos, de 10 às 16h, na Casa de Drummond, com entrada gratuita.


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SERVIÇO
O que: Abertura da exposição “Menino Antigo, Poeta Moderno”
Quando: 31/10/2024, quinta-feira, às 19h
Onde: Casa de Drummond – Praça do Centenário, 137 – Centro, Itabira/ MG
Como: Entrada gratuita.
Depois da abertura: horário de funcionamento é de terça a sexta-feira de 8 às
18h e no sábado e domingo de 10 às 16h.

Saiba Mais

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
(Itabira, MG, 31 de outubro de 1902 | Rio de Janeiro, RJ, 17 de agosto de 1987)
É uma daquelas personalidades que pela grandeza de suas contribuições dispensa
apresentações. Em seus oitenta e cinco anos de vida, foi escritor, poeta e exemplar
funcionário público, tendo trabalhado no Ministério da Educação e Cultura, onde foi chefe de
gabinete do ministro Gustavo Capanema, e no Serviço Nacional do Patrimônio Histórico, então
comandado por seu fundador, Rodrigo Melo Franco de Andrade. Em ambas as instituições,
sua participação se deu em momentos importantíssimos da formulação e condução das
políticas públicas referentes às suas respectivas áreas de atuação.
Mas, foi como poeta que ele se tornou um dos grandes nomes de sua geração. Sua
maravilhosa produção poética o consagrou como o maior poeta brasileiro e, ao lado de
Fernando Pessoa, um dos dois maiores da língua portuguesa no século XX. Ao longo de cerca
de sessenta anos de contínua produção, Drummond publicou uma série de volumes da mais
alta qualidade de poesia, além dos de crônicas e de contos, que se tornaram referência
incontornável em nossa literatura.
Bom mineiro que era, Drummond foi um homem discreto, que odiava badalações, entrevistas,
e lutou a vida toda para preservar sua privacidade. Dizia que tudo já estava dito em sua obra,
não sendo, portanto, necessárias as aparições públicas, as entrevistas, as confissões na
imprensa. Para conhecê-lo, bastaria ler seus poemas. Essa ideia, com ele vivo e atuante, era
verdadeira. Agora, transcorridos trinta e quatro anos de sua morte, embora sua obra esteja
viva e presente em nossos corações e mentes, é necessário que cultivemos sua memória,
para que festejemos sua obra e possibilitemos que as gerações mais novas travem
conhecimento com essa personalidade magna do patrimônio cultural e literário brasileiro.

CASA DE DRUMMOND
No belo sobrado, peça característica dos casarões mineiros do século XIX, o grande poeta
Carlos Drummond de Andrade passou sua infância e início da adolescência, na companhia dos
pais, Julieta Augusta Drummond de Andrade e Carlos de Paula Andrade e dos seus irmãos.
O casarão pertenceu ao bisavô do poeta, comendador Francisco de Paula Andrade, ao seu
avô, capitão Elias de Paula Andrade, e a seu pai, cuja família se mudou para lá, em 1904,
quando Carlos tinha 2 anos de idade. Quando fez 12, foi estudar, como interno, no Colégio
Arnaldo em Belo Horizonte, voltando somente para temporadas em férias. Em 1920, a família
se transferiu para a capital mineira e as viagens à Itabira ficaram mais raras. Entretanto,
mesmo tendo como lar por apenas 16 anos, muitos são os poemas dedicados ao sobrado, a
seus jardins e a sua arquitetura. A cidade natal e a edificação figuram como grande inspiração
para o poeta.
A edificação, onde o poeta passou momentos marcantes de sua vida, ocupa lugar central no
espaço urbano, na Praça Centenário, ao lado da antiga Igreja Matriz, substituída depois que
ruiu pela Catedral de Itabira; da Casa de Câmara e Cadeia, atual Museu de Itabira; da
Igrejinha do Rosário e; do grupo escolar em que o menino Carlos fez os primeiros estudos,
hoje Escola Municipal “Coronel José Batista”.
Em 2002, a Prefeitura Municipal de Itabira adquiriu o imóvel para a instalação da Casa de
Drummond, nos moldes de um museu-casa, a fim de preservar a memória do poeta na cidade
natal, tema recorrente em sua obra. A gestão do espaço foi atribuída à Fundação Cultural
Carlos Drummond de Andrade, instituição que também é responsável por outros dois
equipamentos culturais dedicado ao itabirano ilustre: o Memorial Carlos Drummond de
Andrade, projetado por Oscar Niemeyer; e a Fazenda do Pontal, edificação construída com
elementos da fazenda original da família do poeta.
Em 2024, a Casa de Drummond está sendo, pela primeira vez, ocupada por uma exposição
de longa duração, intitulada “Menino Antigo, Poeta Moderno”. O projeto foi aprovado pela Lei
Federal de Incentivo à Cultura, viabilizado por patrocínio da Vale, proposto e realizado pelo
Estúdio 43 – Artes & Projetos.
ITABIRA
Do Tupi “pedra que brilha”, se localiza a cerca de 110 km da capital mineira, Belo Horizonte,
na montanhosa região do Quadrilátero Ferrífero. É uma cidade de porte médio, com cerca de
120 mil habitantes. Teve sua criação e ocupação intensamente ligada ao desenvolvimento da
mineração, primeiramente com a descoberta do ouro no século XVIII e posteriormente com
a exploração das suas inúmeras reservas ferríferas. No início da década de 1910, se
estabeleceu na cidade a primeira companhia mineradora de grande porte, a Itabira Iron Ore,
que na década de 1940, sob o governo Vargas, foi estatizada para criação da Companhia Vale
do Rio Doce. Em 1997, a empresa passou novamente para a iniciativa privada, mantendo-se
até hoje como a maior mineradora brasileira e uma das maiores do mundo. Desde 2009, sua
marca e nome passaram a ser apenas Vale.
Como atrativos naturais e culturais se destacam as cachoeiras da Boa Vista, Alta, das
Laranjeiras, do Meio, dos Cristais; o Morro Redondo; os parques Estadual Mata do Limoeiro e
Municipal da Água Santa; os Caminhos de Santa Cruz; o Canyon Boca da Serras; a Ermida
N. Sra.do Rosário dos Homens Pretos; a Igreja S. José do Macuco; a Matriz N. Sra. da
Conceição; a Casa do Santeiro Alfredo Duval; o Centro Itabirano de Artesanato; o Museu de
Itabira e do Tropeiro.
Para homenagear seu filho ilustre, Itabira oferece: a escultura em bronze de Carlos
Drummond de Andrade, o Museu de Território “Caminhos Drummondianos”, e os já referidos
– Memorial CDA, Fazenda do Pontal e Casa de Drummond.

SOBRE O INSTITUTO CULTURAL VALE
O Instituto Cultural Vale acredita que a cultura transforma vidas. Por isso, patrocina e fomenta
projetos em parcerias que promovem conexões entre pessoas, iniciativas e territórios. Seu
compromisso é contribuir com uma cultura cada vez mais acessível e plural, ao mesmo tempo
em que atua para o fortalecimento da economia criativa.
Desde a sua criação, em 2020, o Instituto Cultural Vale já esteve ao lado de mais de 800
projetos em 24 estados e no Distrito Federal, contemplando as cinco regiões do país. Dentre
eles, uma rede de espaços culturais próprios, patrocinados via Lei Federal de Incentivo à
Cultura, com programação gratuita, identidade e vocação únicas: Memorial Minas Gerais Vale
(MG), Museu Vale (ES), Centro Cultural Vale Maranhão (MA) e Casa da Cultura de Canaã dos
Carajás (PA). Onde tem Cultura, a Vale está. Visite o site do Instituto Cultural
Vale: institutoculturalvale.org