Conservação da Serra do Espinhaço motiva audiência pública
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) vai realizar, nesta terça-feira (21/5/24), uma audiência pública para debater ações de fomento, promoção e conservação da natureza e das culturas da Serra do Espinhaço.
A reunião, solicitada pelas deputadas Bella Gonçalves (Psol) e Leninha (PT), vai ocorrer a partir das 9h30, no Auditório do andar SE do Palácio da Inconfidência.
A Serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa que se estende pelos Estados de Minas Gerais e Bahia. As deputadas Bella Gonçalves e Leninha destacam o que ela foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas (Unesco) como a única cordilheira do Brasil.
“Ela deve ser protegida pela sua beleza natural, riqueza hídrica e pela sua biodiversidade. Mas, vem sendo muito atacada, em especial, por empreendimentos minerários e, agora, mais recente pela tentativa da Vale de seguir com o projeto Apolo dentro do Gandarela. Esse e outros temas serão debatidos na audiência”, ressalta.
A deputada Leninha, por sua vez, enfatizou que a serra reúne espécies endêmicas ameaçadas de extinção e é área de recarga de rios das mais importantes bacias hidrográficas do País, como o Rio Doce, o Rio Jequitinhonha e o São Francisco.
“Proteger, conservar e fomentar o turismo responsável, nos moldes do que preconiza a lei de minha autoria, a Lei de Turismo de Base Comunitária, é assegurar o direito a um modelo de desenvolvimento sustentável, valorizando e garantindo a vida de comunidades tradicionais, a produção da agricultura familiar e as práticas sociais e culturais de quem vive na nossa Serra Geral”, enfatiza.
Para a audiência, foram convidados integrantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Ministério Público e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha).
Também foram chamados representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, além de acadêmicos e ambientalistas.
Serra do Espinhaço
A denominação Serra do Espinhaço foi dada pelo geólogo alemão Ludwig von Eschwege, em uma referência a sua variação longitudinal. Uma espinha, uma linha quase reta, apontando Norte-Sul, Minas-Bahia, que conserva ao longo de seus mais de 1 mil quilômetros características semelhantes e singulares.
Integram a Serra do Espinhaço a Serra do Cipó, a Serra do Curral, a Chapada Diamantina, a Serra dos Cristais, a Serra de Ouro Branco e a Serra Geral. O Espinhaço são todas essas montanhas e serras reunidas por dobramentos geológicos acontecidos há bilhões de anos.
De acordo com site da Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, a serra tem três biomas brasileiros de grande relevância para a conservação da biodiversidade: Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
A vegetação denominada Campos Rupestres destaca a Serra do Espinhaço de outras regiões do mundo. Esses campos floridos se desenvolvem em solos planos, pedregosos ou arenosos em terras altas cortadas por rios e cachoeiras exuberantes.