Companhia receberá 49% dos ganhos econômicos relacionados ao Projeto MGgrafeno, desenvolvido em parceria com a UFMG e o CDTN
O Estado de Minas Gerais, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), passará a receber 49,12% dos ganhos econômicos relacionados ao Projeto MGgrafeno. Iniciativa pioneira da Codemge, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), o MGgrafeno agrega valor ao grafite natural, mineral estratégico produzido no território mineiro. Como resultado do trabalho conjunto, as três entidades firmaram este mês o contrato de partilhamento de ganhos econômicos da exploração da propriedade intelectual desenvolvida no âmbito do projeto.
“Com isso, a Codemge garante que o Estado de Minas Gerais colha os frutos dos investimentos feitos pela Empresa em estudos e no desenvolvimento de tecnologias ligadas ao grafeno”, pontuou o presidente da Companhia, Thiago Toscano. “Desse modo, a Codemge cumpre sua missão de promover o desenvolvimento econômico e social em Minas, além de celebrar a parceria com a UFMG e o CDTN na participação dos royalties oriundos do extenso know-how adquirido no projeto MGgrafeno”, completou.
Pelo contrato firmado, a exploração junto ao mercado privado será feita pela UFMG e pelo CDTN, como detentores da propriedade intelectual. Em conjunto, a Universidade e o Centro realizarão a oferta pública das tecnologias por meio de Extrato de Oferta Pública, dentro de até 12 meses, prorrogáveis por igual período.
Projeto MGgrafeno
Criado em 2016, o Projeto MGgrafeno nasceu a partir de acordo de parceria entre Codemge, UFMG e CDTN, com objetivo de desenvolver um processo piloto e escalável de produção de grafeno, impulsionando uma nova cadeia de produtos e processos de alta tecnologia. Diante dos resultados significativos obtidos, foi firmado, em 2019, um novo acordo de parceria com as mesmas instituições, dando continuidade à iniciativa e buscando implementar a produção de grafenos customizados.
Além da produção de grafeno em escala, o projeto testou e demonstrou mais de 20 aplicações e materiais, com destaque para: refratários; cimentos; supercapacitores e baterias; superfícies hidrofóbicas; lubrificantes; filtros; revestimentos anticorrosivos; tintas condutoras; membranas de dessalinização e separação de água e óleo; tecidos inteligentes; sensores eletroquímicos; elastômeros.
Em 2022, foram iniciadas as tratativas entre os três entes para viabilizar a possível disponibilização, para o mercado, da tecnologia desenvolvida do grafeno, com vistas à obtenção de retorno financeiro às instituições. Em junho de 2023, como resultado do trabalho, a Codemge, a UFMG e o CDTN firmaram o contrato de partilhamento de ganhos econômicos, garantindo à Companhia quase metade dos royalties. Paralelamente, foi encerrado o acordo de parceria em final de vigência, por meio de um distrato amigável entre as partes, que vai permitir a exploração conjunta e a partilha dos royalties. Ao todo, a Codemge investiu recursos da ordem de R$ 39 milhões no MGgrafeno, sem novos desembolsos previstos.
O grafeno
O grafeno é um nanomaterial de carbono, com propriedades únicas, como alta condutividade térmica e elétrica, flexibilidade e elevada resistência mecânica. Ele também suporta densidades superiores de corrente, é quimicamente inerte e apresenta ultra impermeabilidade.