VAR*
Especialista explica os estágios de um câncer e quais os tipos de tratamentos utilizados para cada um deles
Dia Mundial Do Câncer: tratamentos inovadores podem salvar vidas
Especialista explica os estágios de um câncer e quais os tipos de tratamentos utilizados para cada um deles
O planejador industrial Moisés Hofer Bastos, de 58 anos, tem muitos motivos para celebrar a vida. O morador de Ipatinga, cidade do Vale do Aço mineiro, recebeu, há pouco mais de dez dias, uma notícia emocionante. Os resultados da última tomografia mostram que um tumor localizado em sua coxa direita próxima à virilha desapareceu.
De acordo com o protocolo médico inicial, Bastos ainda continuará o tratamento, que tem realizado com imunoterapia até o mês de maio, e passará por algumas sessões de radioterapia. Depois continuará sendo acompanhado pelos profissionais.
“Estou muito feliz. Sempre acreditei em Deus e, desde o início, consegui manter a serenidade. Essa minha força tem sido essencial na batalha contra o câncer. Todos os médicos dizem que isso é importante. Mas também tive a ajuda de profissionais experientes, altamente capacitados e muito humanos. Isso tudo me proporcionou o que estou celebrando hoje”, conta Bastos, que fez todo o tratamento na Unidade de Oncologia do Hospital Márcio Cunha, administrado pela Fundação São Francisco Xavier, em Ipatinga, uma referência para mais de 65 municípios do leste de Minas Gerais.
No Brasil, cerca de 625 mil pessoas serão diagnosticadas com câncer no triênio 2020-2022, segundo o Instituto Nacional do Câncer. Bastos descobriu um câncer de pele, o carcinoma de células Merkel, em meados de 2020. Esse é um tipo de tumor raro e bastante agressivo. O primeiro sintoma foi uma infecção urinária. Ao mesmo tempo, percebeu uma íngua se formar na virilha, que começou a crescer rapidamente. Depois de algumas biópsias, o diagnóstico do câncer raro foi oficializado.
O tumor, apesar de grande, ainda não tinha se espalhado para outras partes do corpo. O tratamento do planejador industrial combinou quimioterapia com a imunoterapia, uma modalidade terapêutica que induz o combate das células cancerígenas pelo próprio sistema imunológico do organismo.
O caso de Bastos é um exemplo de que com as orientações adequadas é possível tratar o câncer. “As tecnologias e tratamentos contra o câncer têm avançado muito nas últimas décadas. Hoje, a imunoterapia é o que existe de mais moderno. Mas é preciso avaliar caso a caso. O tratamento vai depender do estágio em que o câncer for descoberto. Em oncologia dizemos que o tempo é fator primordial. Quanto mais cedo um tumor for descoberto, maiores são as chances de cura”, explica a oncologista da Fundação São Francisco Xavier, Dra. Marcela Riveira Cutolo.
Fases do tumor
A médica Marcela explica que o câncer possui três estágios. O ideal é que ele seja diagnosticado bem no início, quando o tumor é pequeno e está localizado no órgão onde ele nasceu. Nesta fase, o principal tratamento é a cirurgia para a retirada do tumor.
No estágio localmente avançado, o tumor já está maior e tem os gânglios (linfonodos) da região afetados. “Os linfonodos são guardiões, barreiras que existem no organismo para evitar que o processo não se espalhe. São os nossos filtros de defesa”, ensina a médica. Nesta fase, o tratamento vai depender do tipo do tumor. Existem tumores que não respondem bem à quimioterapia e a imunoterapia pode ser o tratamento mais eficiente.
“Em alguns casos temos que entrar com a quimioterapia primeiro com o intuito de diminuir o tumor e para conseguirmos fazer uma cirurgia oncológica menos invasiva, que evite que o tumor se espalhe e dê metástase”.
Na fase metastática é quando o tumor sai de onde nasceu e se espalha para outras regiões do corpo. Neste estágio, as chances de cura são muito pequenas e o tratamento é, basicamente, para dar qualidade de vida ao paciente. Normalmente, o tratamento inicial lança mão da quimioterapia porque quando tem muito volume de doença é preciso atingir várias partes dela. “É uma fase muito delicada, por isso é muito importante o diagnóstico precoce. Grande parte dos pacientes com tumor metastático não tem cura, mas existem casos de pacientes em que, mesmo tendo metástase, respondem muito bem ao tratamento combinado, que pode ser uma associação de quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia”, explica.
Prevenção
Ao mesmo tempo que o câncer é uma doença crônica, responsável pela segunda maior causa de mortes no mundo, ele também não pode ser considerado uma sentença de morte.
Se diagnosticado no início, o tratamento pode ser extremamente eficiente e as chances de cura podem ser bem altas. “O mais importante é alertar para a prevenção. A grande maioria dos casos de câncer está relacionada a fatores ambientais e uma pequena minoria é genética”, ressalta a médica.
“Tenha hábitos de vida saudáveis, evite fumar, o cigarro é responsável por quase 30% dos tipos de câncer. Faça exercícios físicos regularmente, controle o peso, tenha uma alimentação rica em nutrientes. A melhor arma contra o câncer ainda é a prevenção”, conclui.
VAR* com informações da ASCOM da FSFX / HMCC Bráulio Piovezana