“Depende de Nós”-Cultura afro-brasileira

*VAR -Cultura afro-brasileira

Itaurb celebra movimento da Consciência Negra com desfile do projeto Depende de Nós

primeira-dama Raquell Guimarães e funcionária Conceição Paula Cruz no desfile

Na quinta-feira (25), na Gerência de Transportes e Manutenção (garagem), auxiliares ambientais (garis), coletores de lixo, o diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Nunes, e a primeira-dama Raquell Guimarães assistiram ao desfile do projeto Depende de Nós, com uma proposta de reflexão sobre o movimento Consciência Negra.

o diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Nunes

O projeto é idealizado pela funcionária Conceição Paula Cruz e atua em várias frentes, uma delas é pela luta contra o racismo. Além de explicar o significado do dia 20 de novembro e fortalecer a importância da cultura afro-brasileira, o desfile apresenta personagens que são referências do povo negro, também com o objetivo de fortalecer a autoestima dos colaboradores da Itaurb.

“O mês de novembro é todo dedicado à consciência negra e o dia 20 [de novembro] para nós, negros, apesar de ser comemorado com tanta alegria, também representa um dia de tristeza e de luto, pois nos lembra a morte de Zumbi dos Palmares. Hoje queremos contar essa história e também mostrar que a família Itaurb tem os três tons de pele”, explicou Conceição Cruz.

“…Hoje queremos contar essa história e também mostrar que a família Itaurb tem os três tons de pele”, explicou Conceição Cruz.

Considerada a madrinha do projeto, a estilista e primeira-dama Raquell Guimarães fez a curadoria dos tecidos – doados por ela – para a confecção dos figurinos. “Eu fiquei muito entusiasmada com o convite, procurei os tecidos que tinham a ver com o que elas queriam representar. A ideia principal do evento era trazer o quanto a cultura afro é vibrante, é colorida, é positiva e linda. Então, a gente olha para a plateia, a maioria das pessoas que são os colaboradores da Itaurb, e queremos resgatar neles essa autoestima, essa importância, essa beleza que a gente enxerga e tem que exaltar. Sou incentivadora do projeto e esse título de madrinha deveria ser de primeira fã, presidente do fã clube”, destacou.

“Eu sempre vi a moda como um instrumento de comunicação….”disse a primeira-dama Raquell Guimarães Considerada a madrinha do projeto, a estilista e fez a curadoria dos tecidos

Além disso, segundo a estilista, este evento contribui para o resgate da cultura brasileira. “Eu sempre vi a moda como um instrumento de comunicação, o que eu quero dizer sobre mim ou o que eu compreendo do outro quando olho como ele está vestido e, infelizmente, no Brasil, a nossa cultura, a nossa brasilidade na moda foi muito pouco representada, porque era praticamente folclórico quando a gente usava nossos vestidos de chita no dia de festa junina. A gente usava tudo muito no âmbito do figurino e não realmente da representatividade”, ressaltou Raquell Guimarães.

Para Amilson Nunes, diretor-presidente da Itaurb, essa celebração promove uma reflexão coletiva. “Temos que pedir desculpas pelo que fizemos aos negros. Nunca tive a oportunidade de falar sobre esse tema. Mas, fico estarrecido de um indivíduo julgar o outro pela cor da pele ou tipo de cabelo, sendo que somos concebidos da mesma forma. Então, como podemos ser diferentes?”, questionou.

Passarela

Os colaboradores Alex, Rogério, Dorinha e Célia iniciaram o evento representando a família Itaurb, “que tem diferentes tons de pele”, analisou Conceição Cruz. Em seguida, o desfile envolveu as principais personalidades históricas do Quilombo dos Palmares. Os coletores de lixo Adão e Eduardo, representaram, respectivamente, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares. “Ganga Zumba era rei na África antes de ser sequestrado e foi tio de Zumbi, o principal líder da resistência contra a escravidão”, explicou a idealizadora do projeto.

A motorista Mariney desfilou como Dandara dos Palmares, “guerreira, esposa de Zumbi e mãe de três filhos, que preferiu a morte à escravidão”, afirmou. As coletoras Ivani e Luciene deram vida às rainhas africanas sequestradas para o Brasil escravocrata. Já as crianças, encerram o desfile com a esperança de um futuro sem racismo e melhor. “Queremos que as pessoas entendam que somos descendentes de reis e rainhas de uma raça livre. Fomos sequestrados para a escravidão”, finalizou Conceição Cruz.

*VAR(Valério Adélio Rosa) com informações da Assessoria de Comunicação da Itaurb – Natália Santana