No 13º dia de buscas por Lázaro Barbosa, de 32 anos, que vem sendo chamado de “serial killer” do Distrito Federal, um caçador conhecido como Babaçu, do interior de Goiás, foi chamado para ajudar a força-tarefa a encontrar o homem foragido.
De acordo com a Record TV, Babaçu teria compartilhado um vídeo nas redes sociais contando sua história. Nas imagens, ele se oferece para caçar Lázaro. Segundo o caçador, ele perdeu o pai aos 5 anos e, aos 7, começou a viver da caça. Babaçu se diz um bom maratonista e afirma não precisar de tênis para correr. Ele teria facilidade para percorrer caminhos de pedras e mato.
À polícia, ele teria pedido uma roupa camuflada do Exército, uma arma calibre 12 e dinheiro. Isso porque Babaçu parou de caçar há seis meses, mas quer voltar à atividade para ajudar os filhos. Ele afirma desejar que a comunidade do interior de Goiás conheça sua história.
Segundo Babaçu, ele só precisa ser colocado no último lugar onde Lázaro foi visto. A população teria ficado satisfeita com a notícia já que quer que Lázaro seja encontrado independemente do órgão ou pessoa.
A moradora grávida que passou duas noites em um carro estacionado em frente à base da força-tarefa da polícia para se proteger de eventuais ataques, Jorlene Costa, diz que faz parte de uma associação de moradores da região de Cocalzinho que defende que caçadores devam se juntar às equipes de polícia para encontrar o serial killer.
“Queria que os caçadores da minha comunidade entrassem junto com a polícia, mas minha voz não foi ouvida. O meu marido conhece a fazenda, cada vizinho conhece sua a fazenda e entrariam junto com a polícia e cercaria. Acredito que em 3h ou 4h eles pegariam (Lázaro) com toda certeza.”
Caçada a Lázaro
Quase 300 agentes de segurança participam das buscas em Cocalzinho de Goiás (GO) por Lázaro Barbosa. O rapaz supostamente se esconde numa área de mata há quase duas semanas e desafia as autoridades locais, que tentam capturá-lo com operações diárias.
Além dos 270 agentes públicos, o cerco a Lázaro inclui o uso de um drone da PF (Polícia Federal) com uma câmera termal, capaz de detectar diferenças de temperatura, cães farejadores, blitze nos veículos que circulam pela região e ainda até policiais especialmente treinados em ambiente de caatinga e cerrado.
Em todas as saídas das estradas locais, a qualquer condição de suspeita, os policiais param os automóveis para averiguar a possibilidade do homem de 32 anos se esconder nos porta-malas dos veículos. As autoridades sabem que Lázaro viveu como mateiro e criador de animais durante muito tempo. Portanto, ele tem conhecimento do terreno e do clima e, segundo as investigações, é um assassino frio e calculista.
População amedrontada
Com medo de ser abordada pelo “serial killer”, Jorlene Costa dormiu há dois dias dentro de um veículo estacionado em frente a uma base da força-tarefa da polícia na cidade do interior de Goiás. Jorlene está grávida e é acompanhada dos filhos.
“Estou aqui para proteger meus filhos porque uma mãe mata e morre pelos filhos. Tô grávida e estou aqui pelos meus filhos. Vamos voltar aqui quantas vezes forem necessárias. Tenho lutado com isso”, explicou.
Jorlene afirma que passar noites no veículos foi a forma que encontrou de proteger sua família, especilamente seus filhos, de eventuais ataques do home. “Estou aqui para proteger meus filhos porque uma mãe mata e morre pelos filhos. Tô grávida e estou aqui pelos meus filhos. Vamos voltar aqui quantas vezes forem necessárias. Tenho lutado com isso.”
Investigação digital
Além da cruzada para capturar o fugitivo, a polícia civil de Goiás também abriu uma investigação nas redes sociais para identificar os autores de perfis que fazem apologia ao criminoso. “A delegacia estadual de crimes cibernéticos instaurou investigação para apurar a autoria e propriedade dos perfis em redes sociais que realizam apologia, ou seja, exaltação à imagem e à prática dos crimes por Lázaro Barbosa”, explicou a delegada titular da Dercc (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos), Sabrina Leles.
“Essa ação deve ser repreendida para que essas práticas criminosas não tenham uma conotação de exaltar a imagem e os crimes tão bárbaros cometidos por esse criminoso. […] As chamadas fake news, baseadas em inverdades, sejam no todo ou em partes, podem ser caracterizadas como crimes, previstos no Código Penal. […] Esses crimes […] trazem grande prejuízo à apuração policial, já que a polícia empreende diligências com base em notícias mentirosas”, disse.
Trajetória criminal
Duplo homicídio, roubo e estupro. A trajetória de Lázaro Barbosa, de 32 anos, é marcada por crimes, prisões e fugas de cadeias. Segundo informações da Record TV, em 2013, um laudo atestou que ele tem comportamentos característicos de um psicopata agressivo, com temperamento agressivo e impulsivo.
Em 2007, na cidade de Barra do Mendes na Bahia, ele teria matado dois homens que tentaram ajudar uma de suas vítimas. Ele ficou desaparecido por 15 dias escondido em uma região mata e se entregou à polícia machucado.
Em 2009, Lázaro foi preso por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogono Ditrito Federal. Em 2014, ele ganhou o direito de ir para o regime semiaberto. Dois anos depois, fugiu do Complexo Penitenciário da Papuda (CPP). Em 2018, ele foi preso pela polícia de Goiás, mas em julho abriu um buraco no teto do presídio de Águas Lindas e Goiás e conseguiu fugir.